sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

MAIS UMA DO ALON FEUERWEKER. EU CONCORDO COM ELE NESSE ARTIGO,CONFIRA :

O tantinho e o tantão (16/02)
No Brasil, dinheiro público dado ao rico significa modernidade. Quando é dado para o pobre, representa atraso e clientelismo

Na entrevista que deu à edição desta semana da revista Veja, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), além de acusar o seu próprio partido de corrupto, disse que o Bolsa Família "é o maior programa oficial de compra de votos do mundo". Eu acho que entendi o que o senador quis dizer. Que a pessoa que recebe o Bolsa Família fica tão grata ao governo que se dispõe a votar em candidatos apoiados pelo governo.

Não vejo muita novidade nisso. Em geral é assim. Se o governo faz algo de bom para você, é natural que você fique mais propenso a votar na situação do que na oposição. Não sei se o Bolsa Família é —como diz o ex-governador de Pernambuco— "o maior" programa planetário de "compra de votos". Mas ele sem dúvida tem sido eficaz para trazer à administração federal e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoio político entre os mais pobres.

Por que o Bolsa Família é politicamente eficiente? Porque dá a um tantão de gente que não tem quase nada um tantinho de alegria para cada um. Há outras maneiras conhecidas de o governo proporcionar felicidade. Em certas privatizações, por exemplo, a turma que arremata ativos estatais a preço de banana fica tão agradecida ao governante que se dispõe a apoiá-lo politicamente. É do jogo.

A desvantagem eleitoral das privatizações localiza-se num aspecto muito particular. É que, amiúde, o tantão de alegria que elas proporcionam só beneficia um tantinho de gente. É diferente do Bolsa Família. O multiplicador eleitoral é mais modesto, dado o pequeno contingente de felizardos. Pois, infelizmente, muitas vezes o que sobra para o cidadão comum é a conta a pagar. O Brasil tem um dos serviços de telefonia celular mais caros do mundo. Para não falar na energia elétrica.

Voltando ao Bolsa Família, eu sempre me espanto com a virulência dos ataques ao programa, que do ângulo orçamentário é até relativamente modesto. Eu não vejo a gritaria contra o Bolsa Família reproduzir-se, por exemplo, quando o agronegócio vem a Brasília exigir o perdão das dívidas que fez no Banco do Brasil. Ou quando empresários tomam os palácios da capital a impor que o governo abra mão de impostos. No Brasil, dinheiro público dado ao rico significa modernidade. Quando é dado para o pobre, representa atraso e clientelismo.

Em relação ao Bolsa Família eu sou radical. Sigo a cartilha do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). O programa deveria ser expandido a toda a população, na forma de um imposto de renda negativo. Todo mundo teria direito a uma renda mínima, capaz de evitar o mergulho na pobreza extrema. Para o meu gosto, o governo Lula é até tímido nessa área. Ele costuma ficar refém do discurso das "condicionalidades". Como se a mãe de família pobre precisasse ser coagida para mandar os filhos à escola. Ninguém é idiota por ser pobre.

Lembro bem da gritaria que houve na Constituinte quando se implantou a aposentadoria rural universal, independente de contribuição. Diziam que o país não suportaria. Pois bem, hoje a aposentadoria rural, somada ao Bolsa Família, é um poderoso instrumento para movimentar a economia dos pequenos municípios. Num Brasil em que a reforma agrária dorme na gaveta, o repasse de recursos públicos às populações mais pobres do interior ajuda também a evitar um fluxo ainda maior de gente para as regiões metropolitanas.

A oposição já perdeu uma eleição presidencial por não saber defender suas privatizações junto ao eleitor. Agora, a julgar pelo discurso articulado do senador pernambucano, arrisca-se a naufragar diante da acusação de que, se vencer em 2010, vai acabar com o Bolsa Família. A oposição nunca soube mesmo lidar com as políticas sociais de Lula. Azar dela.

Para quem precisa desesperadamente conquistar votos entre os mais pobres e no Nordeste, a oposição está começando a campanha eleitoral com o pé direito. Isso foi uma ironia. Ou, se quiserem, um trocadilho.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

SOBRE O TAL DO REFERENDO DO NOSSO VIZINHO.

Mais uma vez eu analiso o desempenho de algumas democracias na nossa querida América Latina.Quero dizer aos leitores que não considerem as opiniões como verdades absolutas ou factíveis de alguma mudança quando venho ao Blog e emito uma opinião sobre temas controversos.Aqui é um espaço aberto para todos os debates, então me compreenda.

O tema em questão é sobre o tal do Referendo que acaba de outorgar poderes ilimitados ao presidente Hugo Chavez, que por sua vez, pretende ficar eternamente no comando da Venezuela.Ora-bolas,ele já está no poder a pelo menos dez anos initerruptos, já não é hora de sair?


Os leitores lembram e sabem ( até melhor do que eu) que em toda a América Latina, existe um forte movimento que busca colocar no poder os principais movimentos de esquerda.O principal movimento de esquerda que sempre cogitou o poder foi o partido dos trabalhadores- PT- aqui no Brasil,façanha (desculpe o jargão) essa que se concretizou nas eleições gerais do ano de 2002,onde o presidente Lula – na época candidato do PT derrotou o candidato tucano que representava a burguesia –José Serra numa disputa histórica para a democracia brasileira.Na ocasião,o tucano Serra reconheceu a vontade soberana da população.

Na Bolívia, Evo Morales,aquele que de vez em quando ameaçar suspender o fornecimento de gás natural ao Brasil, também andou implementando o mesmo modelo de governo do presidente Hugo Chavez.Certa vez, um amigo que é repórter de um grande jornal,publicou uma reportagem falando do Plebiscito que aconteceu na Bolívia, com o mesmo teor do colega venezuelano.Só para lembrar, aqui bem perto de mim, tem um deputado, amigo do presidente Lula que andou tomando um café com ele e ficou tão entusiasmado da recepção do amigo presidente que lhe prometeu apresentar um projeto no plenário da Câmara dos Deputados sobre um eventual terceiro mandato( que na realidade tinha contornos que possibilitem reeleições sucessivas ao amigo presidente) para o partido do presidente.Esse amigo é bonzinho.

Tanto na Venezuela,na Bolívia ou no Brasil, a democracia vai sofrer um duro golpe.E ela só tem vinte (20) anos por aqui.Conquistá-la foi uma enorme luta por parte de toda a sociedade e de algumas instituições que a enxergavam como um modelo que melhor representava os interesses de todos os cidadãos.Claro que a democracia não é o modelo perfeito que atende as necessidades de todo o nosso país,nem na Inglaterra ou nos EUA ela funciona com toda a eficácia .Mas sem dúvida nenhuma,é melhor do que todos os outros modelos de governo que a humanidade já experimentou.

Lamento dizer que me parece que o sociedade venezuelana foi um pouco prematura ao entender que Hugo Chavez é o escolhido, uma espécie de “Símom Bolívar” que foi enviado para conduzir a Revolução Bolivariana.Não é assim que decide um futuro de país,entregando todos os poderes em suas mãos.O próprio Chavez já tentou um golpe de estado contra a democracia, ele já deixou claro que não existe governo de uma maioria, e sim de uma minoria.Ele e seu partido parece ser auto - proclamar essa minoria.
Cercear a liberdade de expressão e a democracia em uma sociedade já é meio caminho para uma ditadura.Passe bem o povo venezuelano.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O PAVOR DO DESEMPREGO*


Não tem jeito – falou em crise, logo surge em nossa mente a ideia de inflação, mercado e juros enlouquecidos, recessão, pé no freio, cinto apertado. Mas, o que apavora mesmo é pensar especificamente em desemprego. Assim que começam a anunciar férias coletivas e fechamento de grandes empresas, todos ficamos preocupados, muitos ficam apavorados. Poucas coisas são tão assustadoras quanto a perda do meio de sobrevivência. É dureza, principalmente para quem tem família a sustentar, contas a pagar.

Quando ficamos desempregados ou estamos correndo esse risco, bate um desespero, uma agonia, um desassossego. Os pensamentos vão e vêm num verdadeiro frenesi, mistura de decepção, raiva, desânimo, remorso, vergonha, sentimento de impotência, de ser um fracasso. Nessas horas é que as pessoas lamentam não terem estudado para um concurso público; não terem se especializado; não terem se arriscado em outro ramo ou país; a poupança torrada em supérfluos; a falta de empenho, de juízo, de coragem.

Ontem, o Jornal da Globo mostrou o que está acontecendo na Renault. Mil empregados da fábrica tiveram seus contratos suspensos, numa alternativa à demissão, e estão frequentando cursos que podem lhes abrir novas oportunidades. Talvez nós devessemos nos ocupar desse tipo de medida ao longo da vida, aproveitando os ventos favoráveis para aumentar nossa empregabilidade, tal qual fazem empresas que atuam em diferentes ramos e pessoas que diversificam seus investimentos financeiros na tentativa de se precaver, resguardar o já conquistado o mais possível. Estudar sempre, buscando especialização ou nova profissão deve ser encarado como necessidade. É uma medida que nos permite ampliarmos nossos horizontes intelectuais e nossos contatos profissionais e pessoais. Penso que, dessa forma, diluímos os riscos de sermos pegos de surpresa e, apesar do susto inicial, evitamos o pânico, por termos em que nos segurar.

Estarmos bem hoje não é garantia de estarmos bem sempre. Mesmo quem não corre o risco de perder o emprego pode vir a ter uma perda financeira, como a saída de um cargo comissionado. Todos os dias, vemos excelentes profissionais dispensados como resultado de uma mudança de governo, de triste politicagem. Pessoas que, de repente, sentem-se perdidas depois de anos numa mesma área, numa mesma atividade, preparadíssimas que estão para um único posto, incapazes de sacudir a poeira e dar a volta por cima de pronto.

Para estarmos em situação de risco, basta que estejamos vivos. E considerando que vivos sempre estamos, já que nunca morremos, submetemo-nos a essa lei de virmos a nos dar bem ou mal. Para uns, o perigo é maior e imediato, é verdade, mas ninguém escapa. Nunca foi diferente, mas, quando vivemos em um mundo globalizado, fica tudo mais visível, tangível. A crise no Citigroup, por exemplo, pode desempregar vários operários da construção civil aqui, em Brasília. Fica difícil para um ajudante de pedreiro entender isso, mas essa é a nossa realidade. Até parece que o Universo está tentando nos dizer algo, a cada um de nós, individualmente. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!


*Maraci Sant'Ana é Psicóloga.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Breve comentário

A maior preocupação do presidente Lula gira em torno do crescimento da economia do Brasil para o ano de 2009.Com a deflagração da catástrofe financeira que anda empobrecendo as nações mais ricas, é certo que as economias emergentes sofram um surto de efeitos também.As estimativas do FMI dizem que o nosso crescimento ficará em torno de 2,9% nesse ano.É bom esse dado, já que as nações mais ricas terão um crescimento negativo.Como aconteceu,a produção industrial brasileira registrou queda no último trimestre de 2008 - um dos piores momentos da crise - mas como todo bom brasileiro não me preocupo com esses dados.Estou certo que teremos uma recuperação fantástica no nosso mercado de capitais e na nossa economia real.O presidente Lula terá que trabalhar algumas horas a mais nesse ano,se quiser emplacar Dilma Roussef como sua sucessora.