quinta-feira, 26 de março de 2009

Momento de Ação Global


Colegas, não poderia deixar de reproduzir a idéia de Barack Obama,que na terça escreveu um artigo sobre a situação das economias.Confira:



Estamos vivendo um momento de enormes problemas econômicos globais que não podem ser resolvidos por meias medidas ou pelos esforços isolados de um país. Os líderes do G-20 têm hoje a responsabilidade de realizar ações ousadas, abrangentes e coordenadas com o objetivo não apenas de impulsionar a recuperação, mas também inaugurar uma nova era de compromisso econômico para impedir que uma crise como esta volte a ocorrer no futuro.

Não se pode negar a urgência da ação. Uma crise de crédito e de confiança alastrou-se pelas fronteiras, com consequências para todos os cantos do mundo. Pela primeira vez em uma geração, a economia global está se contraindo e o comércio está encolhendo. Trilhões de dólares desapareceram, os bancos pararam de emprestar dinheiro e dezenas de milhões de pessoas deverão perder seus empregos em todo o globo. A prosperidade das nações está ameaçada, assim como a estabilidade dos governos e a sobrevivência dos povos nas partes mais vulneráveis do mundo.

Aprendemos, de uma vez por todas, que o sucesso da economia americana está indissoluvelmente ligado à economia global. Não existe uma linha de separação entre uma ação que restaura a expansão no interior das nossas fronteiras e uma ação que sustente essa expansão além delas. Se os consumidores de outros países não puderem gastar, os mercados secarão - vimos a maior queda das exportações americanas dos últimos 40 anos levar diretamente à perda de empregos americanos.

E se continuarmos permitindo que as instituições financeiras do mundo todo atuem de maneira temerária e irresponsável, ficaremos presos em um ciclo de bolhas e crises. É por isso que a cúpula que se realizará em Londres no início de abril é diretamente relevante para a recuperação do nosso país.

Minha mensagem é clara: os Estados Unidos estão prontos para liderar; pedimos aos nossos parceiros que cooperem conosco com um sentido de urgência e objetivo comuns.

Já foi feito um trabalho considerável, mas há ainda muito a fazer.

Nossa liderança se baseia em uma premissa simples: agiremos de maneira corajosa para tirar a economia americana da crise e reformar nossa estrutura reguladora e essas ações serão respaldadas por ações complementares no exterior.

Pelo nosso exemplo, os Estados Unidos poderão promover a recuperação global e a confiança em todo o mundo. E se a Cúpula de Londres contribuir para estimular a ação coletiva, poderemos chegar a uma recuperação segura, evitando assim crises futuras.

Nossos esforços precisam começar com uma ação rápida para reiniciar o crescimento. Os Estados Unidos já aprovaram a Lei de Recuperação e Reinvestimento - o esforço mais dramático para impulsionar a criação de empregos e lançar as bases do crescimento em uma geração. Outros membros do G-20 também buscaram um estímulo fiscal e esses esforços devem ser intensos e sustentados até que seja possível restaurar a demanda. À medida que avançarmos, deveremos adotar um compromisso coletivo para encorajar o comércio aberto e os investimentos, resistindo ao mesmo tempo ao protecionismo que só aprofundaria esta crise.

Em segundo lugar, devemos restaurar o crédito do qual dependem empresas e consumidores. Estamos trabalhando agressivamente no nosso país para estabilizar nosso sistema financeiro. Isso prevê uma avaliação honesta dos balanços dos nossos principais bancos e levará diretamente à concessão de empréstimos que permitam que os americanos adquiram bens, possam manter suas casas e expandir seus negócios. Esse processo continuará se amplificando pelas ações dos nossos parceiros do G-20. Juntos, poderemos adotar um arcabouço comum que insista na transparência, na responsabilidade e na preocupação com a restauração do fluxo de crédito que constitui a seiva de uma economia global em expansão. O G-20, ao lado de instituições multinacionais, poderá proporcionar o financiamento do comércio que contribui para aumentar as exportações e criar empregos. Em terceiro lugar, temos a obrigação econômica e moral no que diz respeito à segurança de estender a mão aos países e aos povos que enfrentam o risco maior. Se lhes dermos as costas, o sofrimento causado por esta crise se agravará e nossa própria recuperação será retardada, porque os mercados dos nossos produtos encolherão ainda mais e outros empregos americanos se perderão. O G-20 deve oferecer rapidamente os recursos que servirão para estabilizar os mercados emergentes, impulsionar substancialmente a capacidade do Fundo Monetário Internacional (FMI) para emergências, e ajudar os bancos de desenvolvimento regional a acelerar os empréstimos. Ao mesmo tempo, os EUA financiarão novos e importantes investimentos na área de segurança dos alimentos que permitam aos mais pobres enfrentar os dias difíceis que virão.

Embora essas medidas possam nos ajudar a sair da crise, não devemos prever um retorno ao status quo. Devemos pôr um fim à especulação desenfreada e a gastos superiores aos nossos recursos, aos créditos podres, aos bancos excessivamente alavancados e à falta de supervisão que condena a todos a bolhas que inevitavelmente estourarão. Somente uma ação internacional coordenada poderá impedir a assunção irresponsável de riscos que causou a crise atual. Por isso, prometi aproveitar essa ocasião para adiantar as reformas abrangentes do nosso arcabouço regulador e supervisor.

Todas as nossas instituições financeiras - em Wall Street e no mundo - precisam de uma escrupulosa supervisão e das respectivas normas ditadas pelo senso comum. Todos os mercados devem ter normas de estabilidade e um mecanismo de transparência. Um forte arcabouço de exigências em matéria de capital protegerá contra as crises futuras. É preciso combater os paraísos fiscais no exterior e a lavagem de dinheiro.

Normas rigorosas de transparência e responsabilidade terão de conter os abusos e a época das remunerações astronômicas deve acabar. Em vez de esforços desiguais que fazem escorregar para o fundo, devemos proporcionar claros incentivos de bom comportamento que impulsionem para o topo.

Sei que os EUA carregam sua parcela de responsabilidade pelo caos que agora enfrentamos. Mas também sei que não temos de escolher entre um capitalismo caótico e impiedoso e uma economia dirigida por um governo opressor. Essa é uma falsa escolha que não serve ao nosso povo ou mesmo a povo nenhum.

Essa reunião do G-20 constitui um fórum para um novo tipo de cooperação econômica mundial. Este é o momento para, todos juntos, colaborarmos para restaurar o crescimento sustentado que só se tornará possível com mercados abertos e estáveis que exploram a inovação, sustentam o empreendedorismo e promovem as oportunidades.

Hoje, os interesses das nações estão totalmente entrelaçados. Os Estados Unidos estão prontos a aderir aos esforços globais em nome da criação de novos empregos e do crescimento sustentado. Juntos, poderemos aprender as lições desta crise e forjar uma prosperidade duradoura e garantida para o século 21.

*O presidente dos Estados Unidos escreveu este artigo para o Global Viewpoint

Fonte: O Estado de S. Paulo (24/3/2009)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Não estou sumido .....aguardem


Caros leitores, realmente estou sumido desse espaço, é que as atividades são muitas.Eu agradeço a Adriana Araújo que tem me cobrado pela ausencia no Blog, Adriana continue me prestigiando e criticando meus artigos.Á Elen Cristina pelo brilhante recado, no início achei duro, depois acabei concordando com ela.

Passo aqui pra deixar uma nota que recebo de um colega repórter.Logo logo ele será o 1º a criticar o Plano Habitacional do Governo Lula.
Tudo bem que isso tem seu lado politiqueiro.Lula é um político profissional e experiente(já disse isso aqui).Então lançar um Plano desse proporção é um sinal estratégico para as eleições em 2010.
Além do mais se configura em um bom exemplo de prática de Política Fiscal, tão necessária em tempos de crise .
Estou preparando um artigo sobre uma besteira que ouvir o Fernando Collor dizer no programa do meu colega na quarta feira passada( me refiro ao Luiz Carlos Azedo no 3 a 1 na TV BRASIL- ASSISTA HOJE ADRIANA ARAÚJO, COMEÇA ÁS 10 HORAS DA NOITE).Vou tratar das duas correntes econômicas - monetarismo e o keneysianismo e de suas contribuições.Qualquer participação eu aceito, inclusive dos leitores ávidos por informação.
Um Abraço , até logo.
Fui!!!!!!!!
RICARDO SANTOS .

sexta-feira, 13 de março de 2009

Um debate puramente técnico ...


Os juros precisam baixar. As reformas estruturais de que o país carece são as sociais – e não as de caráter liberal. Os investimentos que o Brasil deve buscar atrair são os produtivos, e não os capitais meramente especulativos. O país tem que assumir o crescimento como uma prioridade – não efemêra, temerosa e a qualquer custo, mas contínua, gradativa e qualificada.

Se programas e políticas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a recuperação e valorização do salário mínimo, os juros em queda, o estímulo aos financiamentos populares e crédito consignado, etc, seguirem no atual e positivo ritmo, assim como as políticas de inclusão social e distribuição de renda, como o Bolsa Família, o Brasil tende a viver um longo ciclo de desenvolvimento econômico e social.

A política monetária terá um papel estratégico determinante para minimizar os efeitos da crise durante o ano de 2009. É importante que haja incentivo para que os empresários não deixem de investir na produção, o que deverá estimular a economia e garantir que a modesta previsão de crescimento para o Brasil seja alcançada esse ano

Fatores importantes que regem nossa economia dependem justamente da definição da Selic, como por exemplo, as perspectivas de investimentos financeiros promovidos pelas empresas e pelo próprio governo, a expectativa de crescimento da economia que deriva destes investimentos e a própria geração de empregos - uma das principais preocupações do universitário -, que depende do avanço da economia para ser efetiva.Desde 1999, quando foi alterado o regime de variação das cotações do dólar e adotado o sistema de flutuação livre para a moeda norte-americana (as cotações do dólar comercial são definidas pelos negócios feitos com a moeda, isto é: quanto maior a procura, maior a cotação; e vice-versa) o governo fixou metas de inflação como principal referencial para medir os resultados da economia nacional.
Com a oferta de crédito limitada no mercado, os juros cobrados do consumidor também sobem. Dessa forma, o consumo tende a cair, o que provoca redução das vendas, os investimentos das empresas passam a ser adiados, a produção cai e derruba consigo a oferta de empregos.

Tudo isso acaba se tornando um círculo vicioso em que a economia tende a ficar cada vez mais contraída. Assim, para tentar manter as vendas, os empresários se vêem obrigados a reduzir os preços de produtos e serviços, provocando, em alguns casos, a conhecida deflação, quando, na média do mercado, os preços caem mais do que sobem.

É isso que o governo espera que venha a acontecer com a manutenção das altas taxas de juros: desaquecer a economia e frear o avanço de preços que vinha sendo registrado.

O que isso representa para o cidadão comum e para o universitário em especial: taxas altas de juros contêm o crescimento econômico; reduzem a oferta de empregos; e, em muitas ocasiões, até fazem o desemprego aumentar, como vem ocorrendo atualmente (12,4% da população economicamente ativa do país estava desempregada em abril, segundo o IBGE).

quarta-feira, 11 de março de 2009

A EXPECTATIVA DESSA QUARTA


De forma bem rápida comento agora sobre a reunião que acontece aqui em Brasília que decide a taxa básica dos juros.Não quero ser tão duro com toda a equipe do econômica do Banco Central,mas eu entendo que uma queda de até 3% será um alívio enorme para o nosso país.É demagogia continua sustetando que juros altos combatem a inflação, hoje ela está sob controle, isso torna insustentável uma taxa elevada.Politicamente, o presidente Lula torce por uma queda acentuada.Como ele não pode obrigar o Henrique Meirelles a fazer isso - até porque em todas as partes do mundo o debate sobre os juros é estritamente técnico- a segunda opção que ele tem é de continuar sustentando o mercado interno com as linhas de crédito extras ofertadas às empresas em dificuldade.

Nas próximas horas, venho aqui dizer mais sobre essa quarta feira.

Eu agradeço a todos os leitores e críticos por acompanhar esse Blog.FUIIIIII.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Só para comentar....


A crise dos mercados financeiros estão fazendo estragos sem precedentes na história.Sabe-se que o mercaddo financeiro é levado por emoções totalmente desprovidas de racionalidade(Mário, um amigo investidor, prefere chamar o mercado de irracional).Um exemplo claro que acabo de ler em um site americano me diz que as ações de uma das gigantes da indústria automobilística, a GM ,teve hoje,um de seus piores dias,onde suas ações chegaram a serem cotadas com valores comparados à grande depressão, em 1929.

Quando as ações de uma empresa listado no mercado financeiro começa a despencar, é sinal claro que as coisas estão mau,do ponto de vista econômico - financeiro.A pressão por parte dos acionistas é acirrada, exigindo dos seus controladores melhores resultados.Melhores resultados é o que as empresas montadoras dos EUA não terão tão cedo.
A acentuada queda nas cotações das ações não permiti que a confiança dos investidores seja suficiente para que a empresa consiga um maior número em dinheiro capitalizado.E dinheiro é o que elas(montadoras) precisam e pedem de qualquer jeito dos confres do tesouro americano.
Uma observação tenho que fazer:desde o ínicio da crise,todos os mercados tiveram pelo menos um redução de cinquenta por cento de seu valor de mercado.Não entendeu ?Explico:uma empresa que no mercado financeiro valia $ 100 milhões de reais,fechou 2008 valendo $50 milhões, ou até menos.Uma prova disso e, que nós, os investidores nunca vamos nos esquecer,é a cotação da ação mais líquida em nossa bolsa,a Petro,que até em maio era cotada a $56 reais,hoje está cotada á $25,17,ou seja,uma redução de mais de 50%.
Mas a nossa situação é mais confortante do que as montadoras por lá!!!

segunda-feira, 2 de março de 2009



ONDE VAI PARAR ?

Hoje pela manhã cheguei bem cedo à faculdade e fui direto procurar o meu jornal.Para surpresa minha, deparei-me com uma chamada intrigante do jornal O Globo.Tratava-se de uma ajuda adicional que o governo dos EUA vai fazer( de novo) pra tentar salvar o que ainda restou da seguradora AIG, que já foi a terceira maior do mundo.Uma pequena ajuda de $30 bilhões de dólares.Quem acompanha o Blog acusa-me de gostar muito dos americanos, na verdade, tenho uma consideração enorme por eles, o que escrevemos aqui e discutimos, é a situação do capitalismo norte americano.Só pra lembrar: desde setembro do ano passado que ouço dizer dessas "ajudas" para as vítimas da catástrofe financeira que empobrece as nações mais ricas.


AS DUAS CRISES

Só houve duas crises que abalaram os sustentáculos do capitalismo moderno,a primeira no final do século 19 e a segunda, em 1929, do século 21.Na primeira crise,coube a Inglaterra ser a protagonista da recuperação da economia mundial.Na segunda, foi a vez dos Estados Unidos liderar o processo de reestruturação e conduzir todos os aparatos do sistema financeiro mundial.Entre as duas crises,a economia norte americana passou por pelo menos trinta e cinco ciclos econômicos, em cada um deles sempre encontrando alternativas e soluções viáveis para superar a crise.Por esses e outros motivos acredito (economicamente)que superar a atual crise é questão de tempo.A nação mais poderosa foi a precursora da mentalidade que permeia hoje todo o sistema financeiro mundial.Wall Street foi o local onde se fundou as bases do capitalismo que hoje fracassa, isso porque os norte americanos são essencialmente capitalistas.

Voltando à questão dos $30 bilhões.Até onde os cofres do tesouro americano vai aguentar o despejo da dinheirama pra socorrer o sistema ?Se o governo Obama estiver tão disposto a atender os pedidos dos endividados uma resposta já é possiível de se conhecer:um aumento exponencial do déficit fiscal, que já ultrapassa a cifra de 1,5 trilhão de dólares.Politicamente, o governo Obama enfraquecerá e não será possível atender o desejo da nação, que espera que ele salve e recupere o país dessa crise financeira.
Uma coisa sei que é verdade por lá: dinheiro nunca é problema.Ajudar algumas empresas com mais 1,5 trilhão de dólares é pouco diante de um PIB de 14 trilhões de dólares.Eu espero e torço por uma alternativa não para os americanos,mas todas as economias afetadas,caso contrário serei o primeiro a escrever aqui a proposta de um reformulação total do sistema capitalista.Claro,não será nada fácil.

Até o próximo texto.Fui.................