segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Bovespa despenca

A Bolsa de Valores de São Paulo despenca mais de 9% numa queda somente comparável ao pregão do episódio histórico de 11 de setembro de 2001. O dólar comercial dispara mais de 7% e atinge R$ 1,98. O mercado sofre a incerteza generalizada sobre a eficácia do pacote de US$ 700 bilhões para enfrentar a crise dos créditos "subprimes". O Congresso americano iniciou nesta tarde a votação do plano proposto pela Casa Branca e reformado pelos legisladores.

O Ibovespa, principal índice de ações, desvaloriza 10,16% e desce para os 45.622 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,46 bilhões.

O dólar comercial é cotado a R$ 1,955 na venda, com forte avanço de 5,61%. A taxa de risco-país marca 329 pontos, número 15% mais alto que a pontuação de ontem.

Na Europa, algumas das principais Bolsas perderam mais de 5% no fechamento, a exemplo de Londres (declínio de 5,30%), Paris (baixa de 5,04%). Em Frankfurt, as ações recuaram 4,23%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, de repercussão mundial, retrocede 4,15%.

O mercado se ressente hoje das incertezas com a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões nos EUA, que pode ser aprovado somente na quarta-feira. Analistas também reclamam que a divisão dos recursos em parcelas, sob supervisão do Congresso americano, tira poderes e rapidez de ação do Tesouro dos EUA num "momento crítico" para o sistema financeiro.

Em novo pronunciamento hoje, o presidente George W. Bush disse que a aprovação do plano de US$ 700 bilhões no Congresso dos EUA será difícil, mas vai ocorrer. Na Europa, o noticiário econômico formam já começou a surpreender analistas e investidores. O banco alemão Hypo Real Estate somente escapou da falência graças a um crédito de 35 bilhões de euros, garantido essencialmente pelo Estado alemão.

O britânico Bradford & Bingley (B&B), também é um dos gigantes europeus do setor de hipotecas, também teve que ter salvo pelo governo local. E nos EUA, o banco Citigroup, um dos maiores grupos financeiros do mundo e um dos mais atingidos pela crise das hipotecas, informou que irá adquirir as operações bancárias do rival Wachovia - quarto maior banco dos EUA -, com a assistência da FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês), órgão do governo que garante operações do setor bancário americano.


Fonte :Folha News e Correio Braziliense.

Plano de Resgate é rejeitado nos EUA

A situação da economia americana a cada dia se complica.Dessa vez protagonizada pelo Capitólio (Congresso Nacional dos EUA).Os parlamentares republicanos e democratas simplesmente não se entendem e não aprovam o plano de resgate financeiro estimado em $700 bilhões de dólares.

A seguir reproduzo o texto do meu amigo Vicente Nunes ,repórter especial de economia do Correio Braziliense.

"A Câmara de Deputados americana rejeitou nesta segunda-feira (29/09) o plano de resgate financeiro dos bancos proposto pelo secretário do Tesouro de George W. Bush, Henry Paulson, o que levou Wall Street e as bolsas mundiais a despencarem.

O plano, aprovado depois de vários dias de negociações entre os legisladores do Congresso e a administracão Bush, foi rejeitado por 228 votos contra e 205 a favor, a maioria da bancada republicana.

A votação se manteve aberta durante certa tempo por parte dos líderes democratas e republicanos, numa tentativa de incentivar uma mudança de posição dos congressistas que votavam contra o projeto, diante do olhar atônito de muitos legisladores.

Ainda não está claro quais serão os próximos passos para tentar resolver a crise, mas é certo que um novo projeto deve ser apresentado para que haja uma segunda votação.

A situação pode ficar mais complicada por causa do Ano Novo judaico, comemorado nesta segunda-feira, pois muitos legisladores devem deixar o plenário em função do feriado. Alguns parlamentares comentaram que uma nova votação talvez aconteça a partir da próxima quinta-feira, ou talvez apenas na próxima semana.

A bolsa de Nova York, que já caía mais de 500 pontos antes da divulgação do resultado da votação, reagiu imediatamente com uma forte baixa. O índice Dow Jones perdia 6,16% e o Nasdaq 7,86% minutos depois do anúncio.

Bolsas
Na América Latina, a queda das bolsas também foi espetacular: a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o maior mercado da região, suspendeu suas operações quando seu principal indicador, o Bovespa, perdia mais de 10%.

Os equipamentos eletrônicos da bolsa estão programados para parar automaticamente quando o índice oscilar acima dos 10% e, em conseqüência, as operações são suspensas por meia hora para que os investidores revejam suas compras e vendas. Também despencaram os pregões do México (quase 6%) e Santiago do Chile (quase 5%).

Apelo
Mais cedo, o presidente George W. Bush pediu ao Congresso dos Estados Unidos que votasse rapidamente o plano de resgate bancário de US$ 700 bilhões.

Em um breve discurso na Casa Branca, o presidente explicou, no entanto, que o resgate bilionário não solucionará todos os problemas financeiros americanos, que podem continuar "por algum tempo".

Depois de uma semana de negociações, os líderes parlamentares e o governo de George W. Bush fecharam um acordo sobre os termos do plano.

O plano proposto pelo secretário Paulson prevê a liberação de US$ 700 bilhões para a aquisição dos créditos podres dos bancos, duramente afetados pela crise dos empréstimos imobiliários de alto risco.

Esta intervenção do Estado no combalido setor privado, sem precedentes na história dos Estados Unidos, pretendia adquirir os ativos duvidosos ou "podres" dos bancos afetados pela crise imobiliária.

Próximos passos
Bush divulgou, logo em seguida, estar muito decepcionado com a derrota do plano de resgate financeiro, e pediu a seus assessores que avaliem os próximos passos a serem dados, informou a Casa Branca.

Já o candidato democrata à presidência, Barack Obama, expressou sua confiança de que o plano de ainda pode receber o aval do Congresso americano e pediu para que os mercados fiquem calmos.

Obama afirmou ter conversado por telefone com o secretário do Tesouro e a presidente da câmara, a democrata Nancy Pelosi, assim como outros parlamentares.

"Eles ainda estão tentando trabalhar no pacote de resgate", garantiu Obama. "Estou confiante que vamos chegar lá, mas vai ser um pouco difícil. É importante que os mercados fiquem calmos".

"Poder Federal"
"O que aconteceu hoje (segunda-feira) não pode se manter, precisamos avançar, disse Pelosi, por sua vez. "Nosso trabalho não terá terminado até que isso aconteça".

Depois de um acalorado debate na Casa, alguns republicanos e democratas se uniram para expressar sua oposição ao plano de Paulson.

"O que estamos fazendo é simplesmente coroar o rei Henry", afirmou o republicano John Culberson, do Texas, aludindo a Henry Paulson.

"É uma ampliação sem precedentes do poder federal, inaceitável, que não podemos permitir, que nossos filhos não podem permitir, e que jamais vimos na história de nosso país. Devemos nos dar um tempo para refletir", afirmou, indignado."