sexta-feira, 13 de março de 2009

Um debate puramente técnico ...


Os juros precisam baixar. As reformas estruturais de que o país carece são as sociais – e não as de caráter liberal. Os investimentos que o Brasil deve buscar atrair são os produtivos, e não os capitais meramente especulativos. O país tem que assumir o crescimento como uma prioridade – não efemêra, temerosa e a qualquer custo, mas contínua, gradativa e qualificada.

Se programas e políticas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a recuperação e valorização do salário mínimo, os juros em queda, o estímulo aos financiamentos populares e crédito consignado, etc, seguirem no atual e positivo ritmo, assim como as políticas de inclusão social e distribuição de renda, como o Bolsa Família, o Brasil tende a viver um longo ciclo de desenvolvimento econômico e social.

A política monetária terá um papel estratégico determinante para minimizar os efeitos da crise durante o ano de 2009. É importante que haja incentivo para que os empresários não deixem de investir na produção, o que deverá estimular a economia e garantir que a modesta previsão de crescimento para o Brasil seja alcançada esse ano

Fatores importantes que regem nossa economia dependem justamente da definição da Selic, como por exemplo, as perspectivas de investimentos financeiros promovidos pelas empresas e pelo próprio governo, a expectativa de crescimento da economia que deriva destes investimentos e a própria geração de empregos - uma das principais preocupações do universitário -, que depende do avanço da economia para ser efetiva.Desde 1999, quando foi alterado o regime de variação das cotações do dólar e adotado o sistema de flutuação livre para a moeda norte-americana (as cotações do dólar comercial são definidas pelos negócios feitos com a moeda, isto é: quanto maior a procura, maior a cotação; e vice-versa) o governo fixou metas de inflação como principal referencial para medir os resultados da economia nacional.
Com a oferta de crédito limitada no mercado, os juros cobrados do consumidor também sobem. Dessa forma, o consumo tende a cair, o que provoca redução das vendas, os investimentos das empresas passam a ser adiados, a produção cai e derruba consigo a oferta de empregos.

Tudo isso acaba se tornando um círculo vicioso em que a economia tende a ficar cada vez mais contraída. Assim, para tentar manter as vendas, os empresários se vêem obrigados a reduzir os preços de produtos e serviços, provocando, em alguns casos, a conhecida deflação, quando, na média do mercado, os preços caem mais do que sobem.

É isso que o governo espera que venha a acontecer com a manutenção das altas taxas de juros: desaquecer a economia e frear o avanço de preços que vinha sendo registrado.

O que isso representa para o cidadão comum e para o universitário em especial: taxas altas de juros contêm o crescimento econômico; reduzem a oferta de empregos; e, em muitas ocasiões, até fazem o desemprego aumentar, como vem ocorrendo atualmente (12,4% da população economicamente ativa do país estava desempregada em abril, segundo o IBGE).