segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Não sou o único

A mais grave crise financeira desde o crash de 1929 já jogou pelo ralo trilhões de dólares, dinheiro suficiente para amenizar a fome e a miséria em praticamente todo continente africano.Mas diminuir a fome de milhões de pessoas não é tema de discussão entre os grandes líderes mundiais, a saber , o G7 e a União Européia.O fato mais visível é que uma enorme multidão de pessoas vão padecer de fome e sede nos tenebrosos dias vindouros que precedem essa crise financeira , os efeitos do aquecimento global e tantos outros males.



Sem espírito ajudador

Como afirmado acima, não conseguimos ver quais as ações que estão sendo tomadas pelos principais líderes em relação à esse tema.É ridículo o governo norte americano lançar uma cruzada contra o terrorismo que custe mais de $ 3 trilhões de dólares aos cofres públicos, sendo que a ONU(Organização das Nações Unidas) não dispõe nem de 70% do total desse orçamento.
O mesmo descasso acontece na zona do euro.Um dos continentes mais ricos (com cerca de $ 13 trilhões de dólares no PIB de 2006) esbanja dinheiro socorrendo dezenas de bancos falidos para assegurar a normalidade do sistema financeiro.É inacreditável como essa gente não tem espírito ajudador com o continente vizinho.

Fazendo quase nada

Nos primeiros anos do governo Lula existiu uma campanha nacional de combate a fome , com o chamado Programa Fome Zero que beneficia com até $ 145 reais cada família inscrita no programa.
Há de se questionar os efeitos desse programa que na realidade transfere um pouco das rendas dos ricos para os pobres, sem no entanto lhes conceder o direito de estudar e trabalhar.Como inseri-los no mercado de trabalho , se não gozam de quaisquer qualificação ? Como adentrar à sala de aula , se não existem escolas construídas ?

Falta Lideranças capazes de responderem essas indagações nas mais variadas partes da Terra .Ninguém em sã sentido vai deixar de refletir nessas questões se lembrarmos das maiores riquezas mundiais que somos capazes de produzir , que atualmente já ultrapassam a casa dos $ 150 trilhões de dólares PIB Mundial. Como ficar indiferente a tudo isso , se sabemos que produzimos alimentos que são suficientes para alimentar a toda raça humana por várias vezes consecutivas ?

As dificuldades dos países em desenvolvimento estão sendo esquecidas à medida que a crise aumenta nas nações industrializadas, tornando-os ainda mais vulneráveis a seus efeitos, disse neste domingo (12/10) o ministro das Finanças de Serra Leoa, David Carew.

"À medida que a crise afeta o crescimento dos países industrializados, devemos ver uma redução dos recursos destinados à África e isso nos preocupa", afirmou Carew em Washington, onde estão reunidos o FMI e o Bird.

Eu não sou o único a escrever sobre isso .

Ricardo Santos - especial para o Correio Braziliense

Expectativa da Semana nos Mercados Financeiros

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O fim de semana de reuniões intensas dos governos nos Estados Unidos e na Europa não garantirá uma semana mais tranqüila, se é que isso pode acontecer neste momento de tanta incerteza. Se medidas concretas não forem anunciadas pelos países mais afetados pela crise para evitar o derretimento geral de seus sistemas financeiros, o pânico tenderá a transformar em pó o que ainda resta do mundo globalizado.



A torcida era para que, das negociações do final de semana, saísse um plano de ação global para estancar a sangria que tem deixado cadáveres por todos os lados. Mas o esperado plano coordenado se transformou em promessa de ajuda mútua, mas com cada país agindo de forma isolada para resolver problemas específicos. Na Europa, o G-15, formado por 15 países da Zona do Euro, se comprometeu em garantir os depósitos dos correntistas, prover linhas de crédito até 2009 e, se preciso, estatizar bancos problemáticos, que são muitos.



A segunda-feira é de feriado nos Estados Unidos, mas os mercados do restante do mundo estarão abertos e atentos. Tudo leva a crer que a tempestade será enorme e novos desastres devem ser anunciados. É justamente a falta de perspectivas de ações concretas para estancar a hemorragia que só amplifica o desespero. Depois de tudo o que se viu nos últimos dias, ninguém espera por alívio tão cedo, ainda que, em algum momento, ele virá.



No Brasil, a semana será marcada pelos índices de inflação, que já devem refletir a brusca valorização do dólar e vão dar muita dor de cabeça ao Banco Central na definição da taxa básica de juros (Selic). Nos Estados Unidos, depois do feriado, sairão números comprovando que a maior economia do mundo mergulhou na recessão, com o Federal (Reserve), o Banco Central americano, se pronunciado quase todos os dias.