quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O 44º da História Americana


Ricardo Santos -Especial para O Blog


Tenho acompanhado o desfecho das eleições americanas
com atenção especial porque ela se apresenta nesse momento como uma das mais importantes no seu bojo histórico, político e econômico.Para os analistas que tenho lido,ela se configura como um importante passo para o rompimento de uma coligação republica tradicional que insiste em permear o pensamento político americano há décadas.

A Delicada Situação Econômica

O advogado Barack Obama foi eleito o quadragésimo (44º) presidente da história .É um cargo cobiçado por todos os políticos profissionais e experientes daquele país.Mas justamente agora, Obama será provado no “fogo” para reconduzir a economia à estabilidade.E o cenário não é nada favorável.A economia acena com sinais típicos de um período de recessão e o crescimento econômico para o próximo ano será bem menor.Sem falar do que acontece na indústria ,que a cada dia tem sintomas de enfraquecimento e diminuição das atividades .Gigantes como a GM, já anunciam o fechamento de diversos postos de trabalho ,e o número de inadimplentes com suas hipotecas imobiliárias é crescente.O desequilíbrio nas contas do país é enorme ,é a economia que mais consome e que tem o maior déficit em sua balança comercial – a maioria originada nas guerras forjadas pelo republicano Bush – que já chega a $ 1 trilhão de dólares.A China é quem dá uma ajudinha comprando e vendendo mercadorias aos gringos.


Política Externa Unilateral ?

Eu certamente aposto que ela será executada de forma menos intensa, nesses primeiros momentos, diferente dos governos anteriores que a priorizaram. Parece que Obama não tem esse tipo de perfil para relacionar – se com base em uma política , que nos seis últimos anos despertou o ódio e a ira em diversos povos.Basta analisar alguns pontos de sua campanha e lembrar que ele utilizou as palavras “parceiros”, “amigos” para se referir ao bloco de nações aliadas e inimigas.E mais, o que pesa nesse momento da história americana é a política interna que tomará maior parte do tempo da agenda do novo presidente.O estado de alerta contra o terrorismo, bem como o seu combate sempre serão partes substanciais da rotina diária de Obama.Quem jogou o país no terreno da discórdia,sobretudo no Oriente Médio , foi o Bush ,lá no seu rancho no Texas , ele vai continuar com os exageros de sua política externa unilateral .

Barack Obama foi eleito e conseguiu incorporar ao imaginário dos americanos que ele representa a esperança e a mudança. Mais do que um candidato, Obama foi apresentado como um símbolo. Um dos seus grandes ímpetos na campanha foi “Mudanças nós podemos acreditar,” “Sim nós podemos”. Ele não centrou sua campanha na cor de sua pele, pelo contrário, fez questão de afirmar “não há uma América negra e uma América branca, só há os Estados Unidos da América”.

O segue para Obama é um quadro geopolítico instável em diversos pontos. Primeiro a sua própria crise financeira, a questão do Iraque,a iminência de um eventual conflito com os países do chamado eixo do mal e, o mais importante tema que deveria ser relevante – principalmente pelos americanos – que é a questão do aquecimento global.