domingo, 19 de outubro de 2008

Sobre as Riquezas

Ricardo Santos – Especial para o Blog

Sobre as Riquezas

Diariamente nos jornais do dia o assunto gira em torno do crescimento econômico brasileiro para o ano de 2009.Segundo relatório do dia 06 de outubro do Banco Central , o país deve crescer apenas 3,5%.Isso se deve a fatores externos ,até porque estamos em uma crise grave que derrete os mercados financeiros em efeito sistêmico.Ora , como escrevi dias atrás , a situação dos mercados financeiros reflete a situação econômica real em dado período.Não é só a economia brasileira que vai arcar o ônus da farra de Waal Street , mas o próprio FMI já conta e espalha que a economia mundial terá um retrocesso enorme.Pior para os mais pobres.
Nenhum governo de esquerda ou de direita no Brasil foi capaz de conjugar com êxito todas as políticas macroeconômicas .Os objetivos de elevação do nível de emprego, estabilidade de preço ,estímulo as atividades fundamentais ao crescimento econômico e distribuição de renda não são impossíveis de se realizarem na economia real(entenda-se:empresas,emprego,indústria,etc).Se compararmos o nosso caso com economias desenvolvidas , vamos concluir que foi perfeitamente viável o cumprimento das políticas macroeconômicas citadas.Há períodos em que a economia consegue fazer com que a produção e o consumo sejam elevados.É o chamado período de prosperidade nacional, os investimentos são maiores para aumentar a capacidade produtiva e o desemprego é baixo, é o crescimento econômico.
Tenho aprendido que um dos principais objetivos da macroeconomia é estudar os elementos que determinam o nível de produção , de emprego, entre outros.O indicador usado no Brasil que expressa o valor global de todos os bens e serviços produzidos nos limites geográficos do país é o PIB(Produto Interno Bruto).
Muitos economistas divergem desse conceito,mas ele por si só é um indicador impreciso, a vantagem é que permite dizer qual deveria ser a quantidade média de bens e serviços a disposição de cada brasileiro.Segundo dados do IBGE , no ano de 2002 , o PIB brasileiro alcançou a cifra de $ 1,5 trilhão de reais .Se dividirmos esse valor pelos 173 milhões de habitantes da época , cada cidadão deveria ter naquele ano $ 8,500 reais para suprir suas carências e sustento digno de sua família.É bem verdade que o objetivo de política macroeconômica de distribuição de renda está bem longe de ser alcançado, pois cerca de 110 milhões de brasileiros sobrevivem com pouco mais de um salário mínimo, por mês .
Fui ao encontro da literatura econômica afim de saber qual deveria ser o valor necessário e mínimo para cada habitante da Terra.Eu considerei os valores que o FMI disponibilizou .O PIB Mundial de 2006 corta a casa de $ 48 trilhões de dólares (somente a economia norte americana faturou cerca de 25% desse valor, ou seja $ 12,3 trilhões de dólares .A União Européia , com seus 25 países membros corresponde com cerca de $12,6 trilhões de dólares, já dá pra ter uma noção de como os ianques são poderosos!).Naquele ano , cada cidadão deveria ter para sobreviver cerca de $ 20 mil dólares.Somente nos países desenvolvidos esse valor é possível de ser alcançado.A disparidade é chocante quando fui ler o caso dos países da África.O PIB dos 53 países do continente não chega a ser suficiente para que cada africano desfrute de pelo menos $ 1.000 dólares por ano .Já dar pra ter noção de como a vida por lá é bem mais difícil.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Muita angústia ainda

Nessa semana tenho ouvido uma notícia que me deixa preocupado.É o fato de a economia dos EUA entrem em uma recessão avassaladora.A economia norte americana é baseada em crédito, com enorme padrão de consumo .Responde com cerca de 25 % da riqueza mundial , tendo como seus principais clitente importadores a China e o Brasil .Daqui surge a minha preocupação .Em todo o mês de outubro temos obsevado uma queda no valor das principais commodities(inclusive as brasileiras) que têm como destino os portos norte americanos.Ou seja , uma redução do ritmo das atividades industriais nos EUA fará com que a expansão da economia de muitos outros países também sofram uma redução .No Brasil já se fala em crescimento de apenas 3,9 % , menor que 4,5 previsto pelo governo .
A construção de casas nos EUA já tem declínio que chega a casa de 6% em outubro.A economia já declara sinais de fraqueza em seu ritmo atual.O mercado financeiro é o reflexo da situação do país, e o cenário tenebroso está longe de chegar ao fim .A estimativa é que a recuperação financeiro dos mercado dure até o fim de 2010.É tempo de muita angústia ainda no mercado.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Não sou o único

A mais grave crise financeira desde o crash de 1929 já jogou pelo ralo trilhões de dólares, dinheiro suficiente para amenizar a fome e a miséria em praticamente todo continente africano.Mas diminuir a fome de milhões de pessoas não é tema de discussão entre os grandes líderes mundiais, a saber , o G7 e a União Européia.O fato mais visível é que uma enorme multidão de pessoas vão padecer de fome e sede nos tenebrosos dias vindouros que precedem essa crise financeira , os efeitos do aquecimento global e tantos outros males.



Sem espírito ajudador

Como afirmado acima, não conseguimos ver quais as ações que estão sendo tomadas pelos principais líderes em relação à esse tema.É ridículo o governo norte americano lançar uma cruzada contra o terrorismo que custe mais de $ 3 trilhões de dólares aos cofres públicos, sendo que a ONU(Organização das Nações Unidas) não dispõe nem de 70% do total desse orçamento.
O mesmo descasso acontece na zona do euro.Um dos continentes mais ricos (com cerca de $ 13 trilhões de dólares no PIB de 2006) esbanja dinheiro socorrendo dezenas de bancos falidos para assegurar a normalidade do sistema financeiro.É inacreditável como essa gente não tem espírito ajudador com o continente vizinho.

Fazendo quase nada

Nos primeiros anos do governo Lula existiu uma campanha nacional de combate a fome , com o chamado Programa Fome Zero que beneficia com até $ 145 reais cada família inscrita no programa.
Há de se questionar os efeitos desse programa que na realidade transfere um pouco das rendas dos ricos para os pobres, sem no entanto lhes conceder o direito de estudar e trabalhar.Como inseri-los no mercado de trabalho , se não gozam de quaisquer qualificação ? Como adentrar à sala de aula , se não existem escolas construídas ?

Falta Lideranças capazes de responderem essas indagações nas mais variadas partes da Terra .Ninguém em sã sentido vai deixar de refletir nessas questões se lembrarmos das maiores riquezas mundiais que somos capazes de produzir , que atualmente já ultrapassam a casa dos $ 150 trilhões de dólares PIB Mundial. Como ficar indiferente a tudo isso , se sabemos que produzimos alimentos que são suficientes para alimentar a toda raça humana por várias vezes consecutivas ?

As dificuldades dos países em desenvolvimento estão sendo esquecidas à medida que a crise aumenta nas nações industrializadas, tornando-os ainda mais vulneráveis a seus efeitos, disse neste domingo (12/10) o ministro das Finanças de Serra Leoa, David Carew.

"À medida que a crise afeta o crescimento dos países industrializados, devemos ver uma redução dos recursos destinados à África e isso nos preocupa", afirmou Carew em Washington, onde estão reunidos o FMI e o Bird.

Eu não sou o único a escrever sobre isso .

Ricardo Santos - especial para o Correio Braziliense

Expectativa da Semana nos Mercados Financeiros

*
O fim de semana de reuniões intensas dos governos nos Estados Unidos e na Europa não garantirá uma semana mais tranqüila, se é que isso pode acontecer neste momento de tanta incerteza. Se medidas concretas não forem anunciadas pelos países mais afetados pela crise para evitar o derretimento geral de seus sistemas financeiros, o pânico tenderá a transformar em pó o que ainda resta do mundo globalizado.



A torcida era para que, das negociações do final de semana, saísse um plano de ação global para estancar a sangria que tem deixado cadáveres por todos os lados. Mas o esperado plano coordenado se transformou em promessa de ajuda mútua, mas com cada país agindo de forma isolada para resolver problemas específicos. Na Europa, o G-15, formado por 15 países da Zona do Euro, se comprometeu em garantir os depósitos dos correntistas, prover linhas de crédito até 2009 e, se preciso, estatizar bancos problemáticos, que são muitos.



A segunda-feira é de feriado nos Estados Unidos, mas os mercados do restante do mundo estarão abertos e atentos. Tudo leva a crer que a tempestade será enorme e novos desastres devem ser anunciados. É justamente a falta de perspectivas de ações concretas para estancar a hemorragia que só amplifica o desespero. Depois de tudo o que se viu nos últimos dias, ninguém espera por alívio tão cedo, ainda que, em algum momento, ele virá.



No Brasil, a semana será marcada pelos índices de inflação, que já devem refletir a brusca valorização do dólar e vão dar muita dor de cabeça ao Banco Central na definição da taxa básica de juros (Selic). Nos Estados Unidos, depois do feriado, sairão números comprovando que a maior economia do mundo mergulhou na recessão, com o Federal (Reserve), o Banco Central americano, se pronunciado quase todos os dias.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

E o vencedor é ...

Veja só o artigo da sexta feira que o Feuerwerker (com quem eu trabalhei por algum tempo) escreveu no seu blog www.blogdoalon.com.br :

(Nas entrelinhas) publicada hoje no Correio Braziliense.


Debate eleitoral é como entrevista de emprego. Sai na frente o candidato 100% concentrado nas necessidades do empregador. No caso, do eleitor

Por Alon Feuerwerker
alon.feuerwerker@correioweb.com.br

Quando a coluna foi escrita, ainda rolavam os últimos debates do primeiro turno da eleição municipal, assim como o confronto televisivo entre os vices na eleição americana. Nos Estados Unidos, as avaliações ciclotímicas sobre a republicana Sarah Palin apontavam ontem a necessidade de ela não se sair muito mal no ringue contra o democrata Joe Biden. Palin começou bem a campanha, com um discurso energizante e articulado na convenção do partido. De lá para cá, vem sendo triturada na imprensa pelos escorregões e gafes nas (poucas) entrevistas a que se submeteu.

Quem debateu dias atrás foram os titulares. Os jornalistas americanos procuraram ser bastante cautelosos na avaliação a quente, logo depois do evento, o primeiro dos três previstos. Mas os números desde então apontam uniformemente a ampliação da vantagem do democrata Barack Obama sobre o republicano John McCain. É complicado dizer que foi só por causa do debate, já que os dias coincidem com a crise financeira. Ela, lógico, beneficia politicamente a oposição democrata. Mas o fato é que Obama é um político bom de debate.


O que significa ser bom de debate? Como saber quem ganhou um debate? Não são perguntas de resposta simples. Escolhi, de alguns anos para cá, certos critérios que me ajudam a não errar muito. Uma coisa a evitar em debates eleitorais, por exemplo, é a atitude de “você quer tomar o meu brinquedo e por isso estou com raiva de você”. O contendor tende sempre a querer trucidar o oponente. É humano, pois o outro representa o obstáculo no caminho da vitória, do prêmio maior.

Daí a tendência a tentar destruir, ridicularizar. Os partidários adoram, pois o ódio ajuda a mitigar a dor causada pelo medo do fracasso. O problema é que em geral não funciona. São recorrentes as vezes em que o sujeito acaba de assistir a um debate com a certeza de que o candidato dele ganhou, quando de fato perdeu. Perdeu o quê? A oportunidade de falar ao eleitor adversário e ao indeciso. Eleições são um raro momento em que o poder está formalmente nas mãos do cidadão. E o eleitor comum adora isso, aprecia muito a circunstância de o político depender totalmente dele, e não o inverso, como seria habitual.

Debate eleitoral é como entrevista de emprego. Sai na frente numa entrevista dessas a pessoa 100% voltada às necessidades do empregador. Na eleição, o empregador é o eleitor. No debate, o candidato competente expõe as próprias qualidades por um ângulo que corresponda às necessidades do eleitor, jamais se coloca numa posição arrogante, auto-suficiente ou prepotente. Tampouco deve ser tímido demais, contido demais, o que parece óbvio. E, para saber quem ganhou ou perdeu, é preciso sempre avaliar se, e quanto, o candidato falou aos desejos mais prementes e mais sensíveis de quem vai votar.

Barack Obama, assim como Bill Clinton dezesseis anos atrás, começa a abrir vantagem porque está completamente concentrado em construir a idéia de que os Estados Unidos precisam de uma alternativa econômica. O que, aliás, não é muito difícil de vender hoje em dia. Em terras americanas, parece que a maioria pensa que é hora de mudar. Sem esquecer que Obama leva jeito de ser mesmo um cara de sorte. As circunstâncias ajudam-no a não errar demais nesta eleição. Acho que nem o mais amalucado dos assessores dele proporia tentar desconstruir McCain, herói de guerra com ampla folha de serviços prestados ao país.

No Brasil, Geraldo Alckmin pode até ir ao segundo turno contra Marta Suplicy em São Paulo, mas repete o erro da campanha presidencial de 2006. A comunicação tucana deixa claro que o Geraldo não gosta dos adversários, especialmente do prefeito Gilberto Kassab. Mas não consegue transmitir uma única idéia sobre o que vai melhorar na vida das pessoas se o Geraldo for eleito.

Dizem que Marta tentará desconstruir Kassab num provável segundo turno contra o democrata. O método seria acenar com a volta do malufismo, já que o prefeito no início de sua trajetória esteve de algum modo associado ao projeto político do então poderoso Paulo Maluf. Vai funcionar? Depende do número de eleitores que acham que Kassab na prefeitura é na verdade Maluf prefeito. Ou que acham isso relevante.

O grande argumento de Kassab é que não vale a pena interromper uma gestão bem avaliada. Mais ou menos o que Luiz Inácio Lula da Silva disse em 2006. A missão de Marta é convencer de que a mudança agora é o melhor caminho para o paulistano. Se for mesmo Kassab a enfrentá-la, esse detalhe decidirá a eleição.

Já nos Estados Unidos, McCain precisará de algo que possa convencer o eleitorado a recolocar a segurança nacional no centro das preocupações.

Lá e cá, vamos ver o que acontece.