segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Expectativa da Semana nos Mercados Financeiros

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O fim de semana de reuniões intensas dos governos nos Estados Unidos e na Europa não garantirá uma semana mais tranqüila, se é que isso pode acontecer neste momento de tanta incerteza. Se medidas concretas não forem anunciadas pelos países mais afetados pela crise para evitar o derretimento geral de seus sistemas financeiros, o pânico tenderá a transformar em pó o que ainda resta do mundo globalizado.



A torcida era para que, das negociações do final de semana, saísse um plano de ação global para estancar a sangria que tem deixado cadáveres por todos os lados. Mas o esperado plano coordenado se transformou em promessa de ajuda mútua, mas com cada país agindo de forma isolada para resolver problemas específicos. Na Europa, o G-15, formado por 15 países da Zona do Euro, se comprometeu em garantir os depósitos dos correntistas, prover linhas de crédito até 2009 e, se preciso, estatizar bancos problemáticos, que são muitos.



A segunda-feira é de feriado nos Estados Unidos, mas os mercados do restante do mundo estarão abertos e atentos. Tudo leva a crer que a tempestade será enorme e novos desastres devem ser anunciados. É justamente a falta de perspectivas de ações concretas para estancar a hemorragia que só amplifica o desespero. Depois de tudo o que se viu nos últimos dias, ninguém espera por alívio tão cedo, ainda que, em algum momento, ele virá.



No Brasil, a semana será marcada pelos índices de inflação, que já devem refletir a brusca valorização do dólar e vão dar muita dor de cabeça ao Banco Central na definição da taxa básica de juros (Selic). Nos Estados Unidos, depois do feriado, sairão números comprovando que a maior economia do mundo mergulhou na recessão, com o Federal (Reserve), o Banco Central americano, se pronunciado quase todos os dias.